quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Animes que mais gostei de assistir em 2020

 


2020 foi um ano incomum para toda a humanidade, por diversas razões (destaque para a pandemia e seus efeitos), mas não vou falar muito sobre meu ano aqui. Basicamente, eu segui assistindo animes, com tempo livre e dessa vez sem me prender muito a horários de dormir e acordar (já que meus parentes tiveram que ficar sem trabalhar, sem eu ter que me adequar a certos horários para refeições). Só que eu acabei assistindo MENOS anime do que nos anos anteriores. Parte do motivo é porque eu preferi dar atenção para diversos animes razoavelmente longos (com mais de 45 episódios), e de Setembro em diante o meu ânimo pra ver episódios diminuiu bastante por razões que não cabe esclarecer aqui. De qualquer forma, ainda assim assisti algo em torno de 50 animes completos (creio que a média dos últimos 5 anos sempre era acima de 80), fora alguns que assisti diversos episódios mas não pude terminar ainda.

Resolvi fazer um post falando sobre os 10 animes que mais gostei entre os que assisti completos em 2020. Obviamente me referindo à animes lançados em diversas décadas e não em 2020 especificamente. É recomendável acompanhar o top de baixo pra cima, mas você é quem decide.

 

1- Monster (2004)

Esse foi de longe o anime que mais gostei entre os que assisti esse ano, e posso dizer que se tornou meu anime moderno favorito. Eu passei anos tendo um certo preconceito achando que seria um anime bem escrito, porém tedioso. Fui tolo esse tempo todo, pois na realidade foi talvez o anime que mais me deixou tenso. Apesar de ser algo denso e de ritmo lento, ele consegue realmente prender a atenção por ser tão imersivo (a produção ajuda nisso) e bem elaborado. É uma experiência incrível ir descobrindo cada vez mais sobre Johan Liebert (meu atual vilão favorito dos animes) e como ele está direta ou indiretamente ligado a tantos arcos de personagem e causa tantas coisas impressionantes. É um anime que eu tenho que rever ainda para aprofundar minha visão a respeito de tudo, mas posso dizer que é algo realmente único nessa mídia. Fora que ele é um triller psicológico com elementos de drama histórico, basicamente conseguindo unir os dois tipos de anime que mais gosto. Eu queria saber me expressar melhor, mas é realmente difícil pôr em palavras. Apenas saibam que é realmente incrível, e assisti-lo foi um dos ápices do meu 2020.

 

2- Alps no Shoujo Heidi (1974)

Eu cheguei a comentar sobre ele em algum post antigo, mas como os anos passaram e nunca terminaram de legendar, eu acabei resolvendo pegar pra ver do começo de novo e terminar variando entre dublado em espanhol ou com legenda em inglês. Apesar desse problema para acompanhar a reta final, foi uma experiência incrível. Pra mim esse anime é o modelo que os slice-of-lfie tinham que seguir. Ele mostra o que é uma história que pode ser simples e relaxante, mas ainda assim TER COISAS ACONTECENDO, e coisas CRIATIVAS ainda por cima (ao contrário de Yuru Camp e outros mais). É muito cativante acompanhar as aventuras da Heidi, e a influência dela na vida dos demais, nos lembrando da beleza da inocência. Certamente o colocaria entre meus animes favoritos dos anos 70, e entre meus slice-of-life favoritos também. É um anime muito gostoso de assistir.

 

3- Macross (1982)

Quem me conhece sabe que apesar de gostar de animes antigos, eu não consigo ser muito simpático ao gênero mecha. Com quem talvez uma exceção ou duas, todo mecha que eu gosto é por ser diferente do que se espera de um mecha. Macross é um anime que fala muito sobre a humanidade, a influência de sua cultura, e de amor, sem deixar de ter seu lado ficção científica e guerra com consequências sérias. Eu gosto de ver todas as dificuldades do protagonista envolvido em um triângulo amoroso, em meio a uma trama maior que inclui revelações interessantes e como essas duas coisas estão perfeitamente ligadas e existem paralelos que podem ser traçados. É difícil falar sem dar spoiler. Bem, o anime tem alguns problemas de animação fora dos momentos importantes e algumas coisas podem parecer meio “wtf?” tipo praticamente reproduzirem uma cidade dentro de uma nave que não parece ter fim, mas dá facilmente pra aproveitar tudo assim mesmo. É um dos primeiros animes “real robots” já feitos, com forte influência do primeiro Gundam, e é impressionante como aqui especificamente os mechas parecem importar muito pouco por eu não lembrar deles aparecerem tanto, embora sejam necessários para a guerra.

Nota à parte: entre os animes aqui mencionados, esse é o que mais demorei pra gostar. Antes do episódio 4 eu estava achando meio chatinho, o que torna mais surpreendente ainda eu ter gostado TANTO no final das contas.

 

4- Ninja Scroll (1993)

No quesito “animação”, foi talvez o anime que mais me impressionou até hoje. Eu não esperava algo tão bem colorizado e animado. Tem altas cenas de ação e gore impressionantes e apesar de ser simples e nada exatamente profundo, é criativo de forma geral. Ele sabe ter ação, drama e comédia na medida certa. Eu mentiria se dissesse que os personagens são memoráveis ou algo assim, e pode ser até estranho estar nessa posição por eu não ter muito o que falar, mas também é apenas um filme de uma hora e meia. Entretenimento breve, criativo, surrealmente bonito e bem animado, com cenas impactantes e uma atmosfera de tensão que pode prender o espectador em alguns momentos. A sensação de assistir isso para muitos talvez seja comparável à de assistir Kimetsu no Yaiba.

Aviso: contém gore, abuso, entre outras coisas.                        

 

5- Jigoku Sensei Nube (1996)

Esse anime TRANSPIRA anos 90. Aquelas cores fortes, a expressividade dos personagens, o tipo de trama de diversos episódios... é um anime que um assumido fanático pela década iria ter que gostar mesmo. Ele tem um contra que é o fato de que o fanservice às vezes pode ser incômodo, embora normalmente seja mais pra comédia do que pra tentar excitar alguém. É fácil associar a Great Teacher Onizuka por ter um professor que aprofunda sua relação com seus alunos que tem suas respectivas personalidades e conflitos próprios, e eu adoro como o anime explora muito do folclore e de certas crenças japonesas por meio dos demônios e espíritos que aparecem, chega a ser realmente educativo às vezes. Destaco que gostei muito da personagem Yukime, que às vezes por alguma razão me faz lembrar da Shampoo (já falei dela no meu post de personagens femininas), é uma das personagens mais bonitas que já vi. O anime tem alguns episódios fracos ou tediosos, tem uma fórmula episódica e algumas vezes parece querer apenas ser totalmente sério ou totalmente cômico, podendo gerar estranhamento. É possivelmente o pior dos 10 aqui citados, mas não deixa de ser uma experiência divertida.

Nota à parte: todo episódio eu ficava com vontade de printar diversos momentos, porque ele realmente tem uma estética “anos 90” forte que me encanta muito.

 

6- Eizouken ni wa Te wo Dasu na (2020)

Eu não ligo e nem quero falar sobre a controvérsia idiota que gerou no início do ano por conta do visual excêntrico. Este anime é uma pura carta de amor aos animes. As personagens querem produzir animações de forma amadora e precisam lidar com diversos poréns para que isso seja possível. Ver elas lidando com tudo isso, aliado à amizade divertida que elas possuem com todos os seus contrastes de personalidade, aparência e contextos de vida, é uma experiência maravilhosa. E a forma como se aborda a paixão pela animação e o potencial dessa forma de arte de refletir a vida real de forma fascinante é algo que eu acho que qualquer fã de anime pode se identificar, além da homenagem e respeito por animes clássicos como Mirai Shounen Conan. Se tornou facilmente um dos meus animes 1-cour favoritos, e recomendo para qualquer um que se autodenomine otaku ou fã de anime.

Nota à parte: não assistir ver Shirobako (supostamente parecido) porque cada imagem e cena desse anime que eu vejo parece gritar que é apenas mais um moe estúpido e tedioso. Chega a ser cômico implicarem com o visual de Eizouken, enquanto Shirobako é muito mais difícil de levar a sério.

 

7- Kaichou wa Maid-sama (2010)

Esse eu tenho um pouco de dificuldade de falar sobre por não lembrar tanto, mas parte de porque eu adorei é porque me fez sentir uma estranha sensação de nostalgia, me lembrando de alguns shoujos que eu assisti na adolescência e como adorava animes nesse estilo (quase fiz um post sobre isso, mas é o tipo de coisa que uma semana depois do fim do anime já não tem como escrever sobre e ficar tão bom). Em relação ao anime em si, eu gostei bastante da protagonista, que tem uma personalidade forte e uma antipatia inicial com rapazes que é bem justificada, e a relação que se estabelece com um personagem que descobre seu segredo vai ficando mais interessante, além de algumas breves tramas serem criativas, embora simples. Foi só assistindo esse anime que me dei conta que adoro o clichê do “conselho estudantil absurdamente poderoso” que parece ter tanta autoridade quanto o diretor ou mais. Enfim, é complicado descrever muito, mas embora não seja uma adaptação completa, eu senti um misto de emoções bacanas e me afeiçoei muito à protagonista, já é o suficiente para o anime ser quase com certeza um dos 100 que mais gostei até hoje

 

8- Soul Eater (2008)

É um shounen de batalha divertido, bem animado, e surrealmente estiloso (pro meu gosto é talvez o anime mais estiloso que já vi). Os personagens tem carisma e uma química bacana, as batalhas são imprevisíveis e não se baseiam tanto em níveis de poder, além de poder render boas risadas. Não se deve esperar tanta profundidade, é um entretenimento honesto com personagens carismáticos. Além disso os episódios finais diferem do mangá então alguns detalhes podem ser considerados bregas, além de eu ter ficado levemente cansado nesse último terço por começar a sentir o anime se alongando, mas não deixe essas coisas impedirem você de assistir, ou ler o mangá se preferir.

 

9- Tokyo Magnitude 8.0 (2009)

Esse anime é surpreendentemente bem produzido! Foram feitos testes para que a situação fosse representada da forma mais realista possível, há um detalhismo e realismo impressionante em muitas interações que é algo que eu dificilmente espero ver fora de um filme do Ghibli, e o primeiro episódio se tornou facilmente um dos meus primeiros episódios favoritos de anime em geral. Criei uma identificação automática com a protagonista, que lembra de forma quase exata o meu eu de 13/14 anos (que é também a faixa-etária dela). Só que além de não ter tantos acontecimentos assim, um certo aspecto vai muito contra o realismo que o anime pretendia ter, e os personagens demoram pra perceber algo que fica claro para o público com uns 3 ou 4 episódios de antecedência. Se você puder perdoar isso, não terá dúvida de que é um bom anime. E na minha opinião é um dos animes 1-cour mais recomendáveis que já vi (eu tenho certos problemas de forma geral com animes nessa faixa de 11-13 episódios, algum dia possivelmente farei um post a respeito)

 

10- Lady Georgie (1983)

Foi um anime que a princípio me impressionou. Aparentava ser um coming-of-age de romance bem interessante. A exploração de seus personagens em relação a sentimentos, efeitos da puberdade, ciúme, conflitos familiares, autodescobrimento, religiosidade, entre outros fatores, é algo que é muito difícil encontrar de forma similar em outros animes, embora seja mais mérito dos irmãos. E ao mesmo tempo ele não era apenas um slice-of-life e a história de um triângulo amorosa, trata-se também de um drama histórico, até com certas intrigar políticas, com esses fatores sendo mais evidentes no último terço. Porém, essa pretenciosidade maior acabou tirando pra mim muito do charme que havia antes e chegava a ser melodramático e tedioso às vezes, além do final ser bem rushado.

Ainda assim não deixa de ser uma boa experiência.

 

É isso, espero que tenham gostado do post. Vamos ver se consigo trazer algo interessante ao blog em 2021.


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